Atingidos por barragens de Minas Gerais doam sangue em ato político
Este foi um ato político de denúncia da impunidade no campo brasileiro, onde todo ano o sangue de trabalhadores é derramado sem que a justiça cumpra seu papel, disse um […]
Publicado 19/11/2010
Este foi um ato político de denúncia da impunidade no campo brasileiro, onde todo ano o sangue de trabalhadores é derramado sem que a justiça cumpra seu papel, disse um dos coordenadores estaduais do MAB
Um grupo de atingidos por barragens de Minas Gerais doou sangue hoje (19) na Fundação Hemominas – Posto de Coleta de Betim. Eles participam do encontro Estadual do MAB, que acontece desde ontem, e a doação foi um ato simbólico que relembra o assassinato de cinco trabalhadores na cidade mineira de Felisburgo.
No dia 20 de novembro de 2004, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy e seus jagunços invadiram o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, assassinaram cinco trabalhadores rurais sem terra e deixaram mais de 20 gravemente feridos. O massacre, que completa 6 anos em 2010, é um retrato daviolência do campo e da paralisação da Reforma Agrária. O processo de desapropriação da Fazenda Nova Alegria está paralisado em Brasília porque o fazendeiro e mandante do massacre, Chafik Luedy, que responde a processo em liberdade, entrou com recurso.
O Encontro Estadual do MAB acontece entre os dias 17 e 20 de novembro. Na tarde de hoje haverá um ato político com representares de movimentos sociais e do governo federal para debater o decreto presidencial assinado no final de outubro, que cria o Cadastro Socioeconômico de Atingidos por Barragens.
Amanhã (20) no encerramento do encontro, haverá uma marcha no centro de Belo Horizonte comemorando o Dia da Consciência Negra e protestando contra a impunidade do Massacre de Felisburgo.