Água estancada, capital livre
Entrevista com Soniamara Maranho, do MAB, no 3º Encontro Internacional dos Atingidos por barragens Rádio Mundo Real Em entrevista para a Rádio Mundo Real no 3º Encontro Internacional de Atingid@s […]
Publicado 05/10/2010
Entrevista com Soniamara Maranho, do MAB, no 3º Encontro Internacional dos Atingidos por barragens
Rádio Mundo Real
Em entrevista para a Rádio Mundo Real no 3º Encontro Internacional de Atingid@s por Barragens que se realiza com mais de 300 delegados de todo o mundo no povoado de Temaca, Estado mexicano de Jalisco, a militante Soniamara Maranho, do MAB, explicou qual é o contexto mundial que tem desatado um fervor econômico pela construção de barragens.
O Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) faz parte da Via Campesina e leva 20 anos de organização em 17 estados do Brasil. Os atingidos diretamente, como os desalojados por projetos de barragens, nesse país superam 1 milhão e meio de pessoas. No entanto, o saldo de atingidos pelas 2.000 barragens em solo brasileiro é muito superior.
A pergunta fundamental é energia para quê e para quem diz Soniamara, que trabalha no Estado de Minas Gerais e faz parte da coordenação deste movimento. É claro que não é para os brasileiros, que pagamos a quarta energia mais cara do mundo. É energia para as transnacionais, para a extração de matérias primas, afirma.
Água e energia são assim transformadas em mais uma mercadoria, ignorando seu caráter essencial para o bem-estar dos povos. Este tipo de energia que se propagandeia como a mais limpa, na verdade não é nada limpa porque exclui o ser humano, diz a integrante do MAB.
Explica por quê os países sede destes projetos mostram-se frágeis e até subsidiando com empréstimos públicos, as obras para as multinacionais que tanto conflito interno geram.