Trabalhadores ocupam sede do INCRA, em Tucuruí
Atingidos pela barragem de Tucuruí ligados ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e sem terras estão acampados desde o dia 3 de novembro na sede do INCRA, em Tucuruí. […]
Publicado 06/11/2009
Atingidos pela barragem de Tucuruí ligados ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e sem terras estão acampados desde o dia 3 de novembro na sede do INCRA, em Tucuruí. Os atingidos por barragens estão reivindicando a legalização e o assentamento das 5 mil famílias que moram nas 1500 ilhas formadas pelo lago da barragem.
Já o MST exige o cumprimento de uma pauta de reivindicação com demandas em diversas áreas de acampamentos e assentamentos do MST no Pará. Em Tucuruí, as terras da fazenda Piratininga foram desapropriadas em 2008 por serem griladas, da União. Por ser uma área com 80% de floresta, o MST propôs que o assentamento fosse agroextrativista e a área de reserva legal fosse comunitária. Porém, madeireiros e posseiros da região estão, desde a época, desmatando a área de reserva, ameaçando e expulsando as famílias do assentamento.
O MST no Pará possui mais de 2000 famílias acampadas e 2503 famílias assentadas e exige a imediata desapropriação das áreas e implantação de políticas públicas nos assentamentos.
A demanda do MAB é para atender a necessidade das famílias que foram morar nas ilhas por não terem recebido nenhuma forma de indenização depois da construção da barragem. Neste mês completam 25 anos da inauguração da obra, mas a miséria e a fome ainda atormentam os atingidos. São milhares de famílias que ficaram sem terra para plantar, sem o rio para pescar e hoje vivem às custas de programas assistenciais do governo.
Em audiência com o INCRA em agosto, em Brasília, representantes do instituto se comprometeram em fazer a legalização das terras nas ilhas, porém até agora não houve nenhum avanço nesse sentido. Os trabalhadores permanecerão acampados até que sinalizações positivas sejam dadas tanto para o MAB quanto para o MST na região.