Rompimento de barragem de água em Joaçaba, SC

Segundo a Defesa Civil, o barramento do reservatório cedeu devido ao grande volume de chuvas; MAB cobra atenção do poder público para evitar que casos como este sejam frequentes

Foto: Defesa Civil/SC

E se rompesse uma barragem em meio à pandemia?
E mais uma barragem rompeu.

Nesta terça-feira (16), houve o rompimento de uma barragem no Bairro João Pires, em Joaçaba, em Santa Catarina. Segundo nota da Defesa Civil, o barramento do reservatório cedeu devido ao grande volume de água acumulada durante as chuvas registradas na última semana.

A barragem que rompeu continha um açude com cerca de 30 milhões de litros de água. Este era o mais elevado de outros dois açudes que ajudaram a conter parte da água.


Ninguém ficou ferido, mas foram atingidas residências de duas famílias, que tiveram que deixar sua casa às pressas após o rompimento. A água causou muitos prejuízos em Joaçaba, levou animais e maquinários que estavam na rua, atingiu um centro de trabalho de reciclagem, e danificou parte do acesso ao bairro Vila Cordazzo.

Neste último período, o Movimento dos Atingidos por Barragens denuncia:

A população que vive próxima destes empreendimentos não está segura e nem ao menos recebe informações sobre as reais condições das estruturas. As famílias atingidas por barragens, tanto em Santa Catarina como em todo o Brasil, não contam com nenhum amparo legal. A reparação justa dos direitos dos atingidos, que, muitas vezes, fica submetida à vontade das empresas, só é conquistada com muita luta e organização.

Nós, atingidos por barragens, lutamos historicamente pela construção de uma Política Estadual de Direitos dos Atingidos por Barragens, que nos garanta reconhecimento e reparação justa. Também reivindicamos a construção de Planos de Segurança locais que possam dar conta de evitar tragédias em casos de rompimentos.


Sofremos com danos individuais e coletivos causados pelas contaminações na natureza; com as incertezas e inseguranças sobre as informações oficiais; com negligências das empresas e com o não reconhecimento destes danos.

Entendemos também a importância da efetivação da Política Nacional de Direitos dos Atingidos (PNAB), já aprovada na Câmara e que segue para debate no Senado.

Além disso, é importante lembrar que as barragens brasileiras são como “bombas-relógios”. Não existe uma Política de monitoramento eficiente, muitas barragens não estão nem mesmo cadastradas em uma política de segurança de barragens.

Historicamente, o MAB luta em defesa da vida e do meio ambiente. É um absurdo que rompimentos de barragens tenham se tornado tão frequentes e tratados pelas autoridades de forma tão banalizada.

Águas para a vida e não para morte!

Movimento dos Atingidos por Barragens – SC

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